terça-feira, 15 de outubro de 2013

O Lobo

 Um lobo errante com os pelos pálidos ofuscado pelo nevoeiro gélido farejava em vão para encontrar seus velhos amigos que não dava sinais de vida. Dava passos cautelosos sobre as folhas formando ruídos gritantes, só não mais  escandaloso que o silêncio fúnebre. O vento frio e  lúgubre trincava até a alma do lobo dando-lhe aparência de defunto. Contudo seus olhos eram como farol em mar tempestuoso emanando a esperança de um triunfo, brilhando em meio a cortina pálida do bosque. Ouve-se um ruído. O lobo para mantendo-se alerta. Seus olhos não perdiam o brilho. Eram azuis como cristal lípido. ''Não temas pobre lobo! Sua esperança é seu guia , seus olhos são como chamas sublimes''. Dizia uma voz em seu interior. O lobo balança sutilmente a cabeça como se desse ordem ao seu corpo para seguir, move a primeira pata , em seguida outra e segue como flecha incandescente. Em cada galope o nevoeiro ficava menos denso e as árvores iam tornando-se mais vivas. Ouve-se mais ruídos , mas o  lobo não desistia. ''Vá Lobo valente!'' Correndo como uma carroça de fogo portentoso. De repente, passa da densa vegetação e para em um área aberta rodeadas de árvores cujas folhas dançavam com o vento como se dessem boas vindas  . Haviam outros lobos a caminhar . Então um silêncio e uma troca de olhar entre eles. Os ruídos estavam mais próximos. Trotes e galopes, gritos de homens e marchas. O lobo cinza que estava à frente da alcateia o convida gesticulando com a cabeça . Caminharam e subindo pela floresta a dentro com passos firmes sobre a relva viva até chegarem num ponto alto onde as árvores ficavam atrás e outras ao horizonte como uma plateia. O lobo valente já via os céus e era noite. E lá estava sua companheira das noites solitárias agora compartilhada com outros irmãos: A lua cheia ; admirou-na e as estrelinhas brilhantes refletiam em seu olhar imperial. Puderam ver uma grandiosa tropa marchando como uma extensa linha negra cortando a floresta.  O lobo cinza com olhos mais negro que o céu foi à beira do precipício e uivou com vigor. A Lua estava grande e o iluminava tornando celestial com seus pelos brancos viventes.  O outros uivaram formando uma orquestra harmoniosa.  


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