domingo, 15 de setembro de 2013

Canção de menestrel

Anjo, vá e a proteja esta noite , sopre em seu ouvido falas de cupido
Para que em  seus sonhos eu seja um motivo de seu sorriso
Traga ela  para perto, para eu dar mais afeto
Sem medo de ser descoberto
Anjo meu, não fique enfezado por não sonhar mais contigo
Seja agora meu amigo e veja que a amo de coração
Por isso faço esta canção em noite de luar
Para eu poder cantar para o meu motivo de respirar
Anjo, deixe a lua mais um pouquinho para que eu possa sair de mansinho
Beije sua face suavemente para que ao amanhecer
Ela não possa me esquecer

Dedicado à Juliane


quarta-feira, 4 de setembro de 2013

O cavalo Marrom


Vou contar-lhes uma história que me fez ter esperança  , uma lição de amor e bondade que falta no nosso tempo marcado por  pessoas mesquinhas e soberbas. Onde o conforto próprio vale mais que a vida de outrem, onde nem a amizade é valorizada e os animais viraram  apenas enfeites. Mas se você parar para olhar o mundo ao seu redor talvez ascenda uma faísca de fé e então você poderá sorrir.
Era uma manhã chuvosa e fria e , como de costume na semana, acordo cedo para ir à escola. Sinceramente, acordei mal humorado e levantei-me da cama quente e macia passando as mãos nos olhos para poder ficar mais lúcido. Ainda bem que não me deitei de novo , pois perderia um dia maravilhoso que me esperava. Tomei meu café , me arrumei , peguei a chave e sai com um guarda-chuva preto que havia uma ponta quebrada. Andei à caminho do ponto para pegar um ônibus que demorava sempre , por isso fui em passos lentos. Ainda pensava na minha cama quentinha , eu lutava para manter meus olhos abertos para enxergar o caminho enquanto o vento frio com respingos d'água iam a minha face. Em uma das curvas ouvi passos lentos de galope que chamou-me atenção. Virei-me e eis a surpresa : Um senhor usando um capuz velho e cinza puxando uma carroça com velharias em cima enquanto ao lado estava um cavalo de pelos marrons, por sinal muito bonito. O cavalo o acompanhava e a chuva ia apertando enquanto subiam a ladeira. Fui descendo com os olhos fincados neles a ponto de eu perder o sono. Parei de repente e não me contive em ter que perguntar o porque de não colocar o cavalo para puxar a carroça. Fui até ele sem me preocupar com a hora e toquei levemente em suas costas , então ele para e se vira. Já era avançado em idade ,tinha uma barba chamativa e cabelos esbranquiçados, seus olhos eram miúdos e demonstravam cansaço. Perguntei-o:
- Por que não coloca o cavalo para puxar ?
O senhor olha em meus olhos enquanto a chuva apertava mais.
- Porque ele está cansado.
Então olhei surpreso para ele e depois o cavalo que estava com a cabeça baixa e sem as rédeas, haviam marcas em seu pelo que demonstravam a vida dura. Porém o homem compartilhava das mesmas marcas de trabalho duro também , foi então que vi ali uma parceria especial. Eu simplesmente sorri e estendi as mãos , o senhor apertou com firmeza e também sorriu sutilmente. Acariciei o cavalo e o beijei a face sem medo e me despedi. Ao descer a rua , ascendeu em mim uma esperança e alegria de ver que há pessoas que se preocupam com o bem estar do próximo seja animal ou não. Ali estava um exemplo em meio a um dia tempestuoso e frio que me fez agradecer ter acordado vivo e bem. Deus age nessas coisas para nos mostrar que os humildes amam mais. Ao pé da pequena ladeira lembrei-me de perguntar o nome do nobre senhor, mas já não o vi mais. Queria agradecê-lo por hoje eu puxar a carroça para todos os cavalos marrons que eu encontro no dia a dia.

O visitante

Eram 3:30 am quando Carlos e Juliane estavam debruçados olhando pela janela do quarto. O céu estava estrelado e a lua emanava seu brilho esplêndido. De repente um risco atravessa pelo céu em meio as estrelas brilhantes de forma rápida.  Então Juliane diz:
-Carlos, você viu isso?
-Sim , uma estrela cadente.
-É linda né?
Não achei nada demais. Papai disse que era algo incrível, mas não é como eu pensava.
Juliane parou , olhou para Carlos e respirou fundo
-Como não vê maravilha nisso?
-O que você vê de tão especial ? disse Carlos franzindo a testa
-Estrelas cadentes são meteoritos que vem lá do espaço e viajam quilômetros até chegar na atmosfera terrestre concluindo sua viagem.
-E daí?
Juliane estava com as mãos fechada para dar um cascudo em Carlos, mas se conteve e continuou
-E dai... que quando eu olho uma eu imagino por quantos lugares ela passou, de onde veio, imagino o caminho de estrelas em meio a escuridão e , então, lá está ela tão pequena em meio imensidão e se move  como se desfilasse na passarela espacial. Parece que ela sai lá de longe só para chegar nos nossos céus e nos mostrar um pouco da beleza que há no universo.
Carlos coça a cabeça por um instante e então diz:
-Você viaja!
-É preciso viajar para procurar as coisas simples e podermos sorrir para , assim, contemplar a beleza destas coisas. Disse Juliane sabiamente.
Carlos se vira e vai dormir. Juliane , porém, todas as noites de luar fica debruçada na janela esperando a visita do viajante incomum.