quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Desabafo

Como alguém pode adentar em tua vida de uma maneira tão influente e deixá-la abruptamente. Como o amor pode ascender , queimar e reluzir e apagar , de repente , deixando-nos na plena escuridão. Eu pego em sua mão e ela está gelada, seus olhos estão sem espírito e seu beijo distante. Pergunto-me se era para ser assim , ou se eu podia ter sido melhor. Pergunto-me se eu não faço parte de uma jogo cruel dos deuses que nunca puderam amar de verdade. Mas estou te perdendo, queria esconder isso de mim, mas já não dá. Encarar isso é ferir a mim mesmo e agora são só lembranças de quando você me beijava e sorria como se fosse a primeira vez, você segurava em minha mão como se não fosse soltar e como dizia que estava feliz. Pode dizer que está feliz agora, meu bem? Pois eu não estou. Não vá assim, ascenda esse amor e jogue para fora tudo que te prende. Vamos fugir e viver só nós dois sem medos. Sei que há correntes que não se quebram , então devemos nos acostumar. Ha, meu anjo, eu aceito qualquer desafio por você. Não sou louco, ou talvez seja por você. Se é cedo ou tarde , não importa. O que importa é a nossa felicidade.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Sabedoria Oriental

O mestre de um templo zen-budista no Japão havia falecido. No cortejo fúnebre, muitas flores e cânticos; um clima leve pairava no ambiente. Os monges e pessoas que atendiam a cerimônia haviam absorvido muitos dos ensinamentos do mestre, e sabiam que a vida era passageira. O mestre havia morrido em paz; não foi uma morte sofrida nem dolorosa. No entanto, o discípulo mais próximo do mestre, considerado o mais sábio entre os monges, estava em prantos. Chorava, tremia e soluçava copiosamente. Os outros monges estavam perplexos; como ele, o mais sábio, cotado para ser o próximo mestre, estava em um estado tão miserável? Um deles se aproximou do monge que chorava e perguntou: “O que há contigo? Não sabe que o mestre se encontra unido novamente com a natureza e a divindade? Não há motivo para lágrimas.”
Ao que o monge que chorava respondeu: “Querido irmão, meu espírito está em paz. Quem chora são meus olhos, que não poderão mais enxergar o mestre. Quem treme é o meu corpo, que não poderá sentir a proximidade do mestre. Quem agoniza são meus ouvidos, que não mais escutarão suas palavras. Meu corpo se acostumou à presença do mestre e agora lamenta a sua partida. Eu não desejo me opor a ele; deixarei que chore, deixarei que sofra, até que se acostume à sua nova vida, longe do mestre.”

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Filósofo

O céu , o mar e a terra, nada é suficiente para mim, nada destes me é tão importante quanto minha convicção. Ainda que me perca nos sentidos obscuros , minha razão não se perde, apenas ficaria guardada em uma caixa fechada à cadeado nas entranhas do meu subconsciente. O que tu podes ver , talvez seja ilusão para mim , o que tu sentes, talvez eu sinta diferente , o que tu tocas, talvez eu não possa tocar; mas a verdade é absoluta , única e imutável, donde nossos sentidos são importunos. Querer viver uma ilusão não necessariamente é ruim, mas a verdade é mais bela por si só. Contudo deves saber que alcançar a verdade também não é necessariamente se abster da dor. A dor segue-nos como um companheiro que nos afaga a humildade , nos faz encolher como vermes após um chute desprevenido. A ignorância é inimiga da verdade e amiga da hipocrisia. Ora , pois , o sábio é o que não sabe, mas sabe que sempre pode saber mais.