terça-feira, 10 de dezembro de 2013

O escritor


Não ouço mais as serenatas nas portas de moças formosas, não vejo mais os homens apaixonados cantarolando na chuva e saltitando por entre as poças.Onde estão as poesias modestas? Só ficaram as ruas vazias iluminadas por humildes lampiões. As gostas por entre as folhas refletem a solidão fria ,por entre os becos só nevoeiros pálidos de onde saem sombras assustadoras. Ninguém se arrisca a abrir a janelas,estão inertes em suas casas. As gotas de chuva bailam em todo canto tomando conta de toda a rua. O céu está negro e morto como um abismo infinito. Onde estão as estrelas e a Lua?Foram para outro lugar! Há poucos que passam encolhidos se esgueirando a chegar em suas casas, outros ficam em baixo de marquises e olham  admirando a beleza da solidão funesta da tempestade que os cercam. Todas as coisas tomam forma lúgubre e os sons da chuva nos telhados formam orquestras harmônicas que hipnotizam minha mente. Me resta sentar em minha cadeira de madeira austríaca, pego minha caneta de pena e tinteiro para tentar escrever e esquentar meu coração.Não quero que a frieza das ruas se alastre em mim e me torne defunto, quero que meus pensamentos dominem tudo e traga de volta a paixão viva e ardente. Mas não há escritor sem inspiração! Esse clima de inverno não deixa que eu tenha bom senso para arriscar no papel algumas palavras. Um escritor não pode ser derrotado!  Eu persevero , mas inspiração vem atoa como essa chuva importuna. Levanto-me da cadeira , caminho até a sala e paro em frente a lareira e fico admirando as chamas dançantes envolvendo a lenha. Fico imóvel e começo a me perder em antigos pensamentos. Então eu percebera que a minha maior obra já estava escrita.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Nosso mundo

Deixe-me viver e sentir segundas emoções, deixe o vento beijar seu rosto e que a chuva venha de mansinho cair em seus campos, que forme-se um arco íris cruzando nosso céu anil e que reflita nas gotas de orvalho em nosso jardim. Que as gotas não sejam em minha janela mais que minha esperança de um lindo alvorecer. Me acompanhe ! Sente-se comigo no gramado sem medo de sentir singelas emoções, abra a mente e suba nesse carrossel , ou o que você quiser imaginar, e vamos para bem longe; além das nuvens olhar bem de perto os céus. Segure em minha mão e sinta minha pele , conecte-se em mim e sinta minha alma. Sobrevoe o lago cristalino de águas puras e a toque com as pontas dos dedos, olhe e veja reflexo do nosso mundo , onde o homem nocivo não chega.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

O Lobo

 Um lobo errante com os pelos pálidos ofuscado pelo nevoeiro gélido farejava em vão para encontrar seus velhos amigos que não dava sinais de vida. Dava passos cautelosos sobre as folhas formando ruídos gritantes, só não mais  escandaloso que o silêncio fúnebre. O vento frio e  lúgubre trincava até a alma do lobo dando-lhe aparência de defunto. Contudo seus olhos eram como farol em mar tempestuoso emanando a esperança de um triunfo, brilhando em meio a cortina pálida do bosque. Ouve-se um ruído. O lobo para mantendo-se alerta. Seus olhos não perdiam o brilho. Eram azuis como cristal lípido. ''Não temas pobre lobo! Sua esperança é seu guia , seus olhos são como chamas sublimes''. Dizia uma voz em seu interior. O lobo balança sutilmente a cabeça como se desse ordem ao seu corpo para seguir, move a primeira pata , em seguida outra e segue como flecha incandescente. Em cada galope o nevoeiro ficava menos denso e as árvores iam tornando-se mais vivas. Ouve-se mais ruídos , mas o  lobo não desistia. ''Vá Lobo valente!'' Correndo como uma carroça de fogo portentoso. De repente, passa da densa vegetação e para em um área aberta rodeadas de árvores cujas folhas dançavam com o vento como se dessem boas vindas  . Haviam outros lobos a caminhar . Então um silêncio e uma troca de olhar entre eles. Os ruídos estavam mais próximos. Trotes e galopes, gritos de homens e marchas. O lobo cinza que estava à frente da alcateia o convida gesticulando com a cabeça . Caminharam e subindo pela floresta a dentro com passos firmes sobre a relva viva até chegarem num ponto alto onde as árvores ficavam atrás e outras ao horizonte como uma plateia. O lobo valente já via os céus e era noite. E lá estava sua companheira das noites solitárias agora compartilhada com outros irmãos: A lua cheia ; admirou-na e as estrelinhas brilhantes refletiam em seu olhar imperial. Puderam ver uma grandiosa tropa marchando como uma extensa linha negra cortando a floresta.  O lobo cinza com olhos mais negro que o céu foi à beira do precipício e uivou com vigor. A Lua estava grande e o iluminava tornando celestial com seus pelos brancos viventes.  O outros uivaram formando uma orquestra harmoniosa.  


segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Teatro





A vida é engraçada. Agindo sutilmente como numa brincadeira de segundas risadas onde a comédia pode ser um longo teatro trágico. Nos bastidores , os tristes atores com suas esperanças alimentadas pelo chamar do público, mas são apenas ventos soprando pelas frestas de janelas velhas e enferrujadas. Mas deixe eles acreditarem, deixe a luzes apagadas e que atuem essa peça fúnebre até que a luzes se acendam e mostre a tragédia eminente de um fim sem aplausos. Você acha que há um telespectador? Talvez um coração aflito e uma mente confusa, uma alma desesperada que foi calada pelo bom senso dos fantasmas de ternos que saem antes de ver sua apresentação. Dê liberdade a sua alma, deixe o coração em paz. Quando te dizerem que as luzes estão apagadas , vá e as ascenda , veja a plateia que te assiste. Quando fizeres isso...bom , o desfecho será improvisado.

domingo, 15 de setembro de 2013

Canção de menestrel

Anjo, vá e a proteja esta noite , sopre em seu ouvido falas de cupido
Para que em  seus sonhos eu seja um motivo de seu sorriso
Traga ela  para perto, para eu dar mais afeto
Sem medo de ser descoberto
Anjo meu, não fique enfezado por não sonhar mais contigo
Seja agora meu amigo e veja que a amo de coração
Por isso faço esta canção em noite de luar
Para eu poder cantar para o meu motivo de respirar
Anjo, deixe a lua mais um pouquinho para que eu possa sair de mansinho
Beije sua face suavemente para que ao amanhecer
Ela não possa me esquecer

Dedicado à Juliane


quarta-feira, 4 de setembro de 2013

O cavalo Marrom


Vou contar-lhes uma história que me fez ter esperança  , uma lição de amor e bondade que falta no nosso tempo marcado por  pessoas mesquinhas e soberbas. Onde o conforto próprio vale mais que a vida de outrem, onde nem a amizade é valorizada e os animais viraram  apenas enfeites. Mas se você parar para olhar o mundo ao seu redor talvez ascenda uma faísca de fé e então você poderá sorrir.
Era uma manhã chuvosa e fria e , como de costume na semana, acordo cedo para ir à escola. Sinceramente, acordei mal humorado e levantei-me da cama quente e macia passando as mãos nos olhos para poder ficar mais lúcido. Ainda bem que não me deitei de novo , pois perderia um dia maravilhoso que me esperava. Tomei meu café , me arrumei , peguei a chave e sai com um guarda-chuva preto que havia uma ponta quebrada. Andei à caminho do ponto para pegar um ônibus que demorava sempre , por isso fui em passos lentos. Ainda pensava na minha cama quentinha , eu lutava para manter meus olhos abertos para enxergar o caminho enquanto o vento frio com respingos d'água iam a minha face. Em uma das curvas ouvi passos lentos de galope que chamou-me atenção. Virei-me e eis a surpresa : Um senhor usando um capuz velho e cinza puxando uma carroça com velharias em cima enquanto ao lado estava um cavalo de pelos marrons, por sinal muito bonito. O cavalo o acompanhava e a chuva ia apertando enquanto subiam a ladeira. Fui descendo com os olhos fincados neles a ponto de eu perder o sono. Parei de repente e não me contive em ter que perguntar o porque de não colocar o cavalo para puxar a carroça. Fui até ele sem me preocupar com a hora e toquei levemente em suas costas , então ele para e se vira. Já era avançado em idade ,tinha uma barba chamativa e cabelos esbranquiçados, seus olhos eram miúdos e demonstravam cansaço. Perguntei-o:
- Por que não coloca o cavalo para puxar ?
O senhor olha em meus olhos enquanto a chuva apertava mais.
- Porque ele está cansado.
Então olhei surpreso para ele e depois o cavalo que estava com a cabeça baixa e sem as rédeas, haviam marcas em seu pelo que demonstravam a vida dura. Porém o homem compartilhava das mesmas marcas de trabalho duro também , foi então que vi ali uma parceria especial. Eu simplesmente sorri e estendi as mãos , o senhor apertou com firmeza e também sorriu sutilmente. Acariciei o cavalo e o beijei a face sem medo e me despedi. Ao descer a rua , ascendeu em mim uma esperança e alegria de ver que há pessoas que se preocupam com o bem estar do próximo seja animal ou não. Ali estava um exemplo em meio a um dia tempestuoso e frio que me fez agradecer ter acordado vivo e bem. Deus age nessas coisas para nos mostrar que os humildes amam mais. Ao pé da pequena ladeira lembrei-me de perguntar o nome do nobre senhor, mas já não o vi mais. Queria agradecê-lo por hoje eu puxar a carroça para todos os cavalos marrons que eu encontro no dia a dia.

O visitante

Eram 3:30 am quando Carlos e Juliane estavam debruçados olhando pela janela do quarto. O céu estava estrelado e a lua emanava seu brilho esplêndido. De repente um risco atravessa pelo céu em meio as estrelas brilhantes de forma rápida.  Então Juliane diz:
-Carlos, você viu isso?
-Sim , uma estrela cadente.
-É linda né?
Não achei nada demais. Papai disse que era algo incrível, mas não é como eu pensava.
Juliane parou , olhou para Carlos e respirou fundo
-Como não vê maravilha nisso?
-O que você vê de tão especial ? disse Carlos franzindo a testa
-Estrelas cadentes são meteoritos que vem lá do espaço e viajam quilômetros até chegar na atmosfera terrestre concluindo sua viagem.
-E daí?
Juliane estava com as mãos fechada para dar um cascudo em Carlos, mas se conteve e continuou
-E dai... que quando eu olho uma eu imagino por quantos lugares ela passou, de onde veio, imagino o caminho de estrelas em meio a escuridão e , então, lá está ela tão pequena em meio imensidão e se move  como se desfilasse na passarela espacial. Parece que ela sai lá de longe só para chegar nos nossos céus e nos mostrar um pouco da beleza que há no universo.
Carlos coça a cabeça por um instante e então diz:
-Você viaja!
-É preciso viajar para procurar as coisas simples e podermos sorrir para , assim, contemplar a beleza destas coisas. Disse Juliane sabiamente.
Carlos se vira e vai dormir. Juliane , porém, todas as noites de luar fica debruçada na janela esperando a visita do viajante incomum.

sábado, 24 de agosto de 2013

Pássaro do alvorecer

Ó pássaro do amanhecer... Seu canto conforta meu coração aflito.
Estou em um bosque de incertezas. Estou longe do meu amor.
Não a verei no alvorecer, seu rosto belo e sua voz doce. Seus olhos negros como à noite de luar. Cante pássaro belo, és livre ! 
És a criação de Deus para confortar o coração dos pobres homens apaixonados.
Em breve estará batendo asas dançando ao vento . Lembre-se , ó pássaro do alvorecer, que se encontrares meu amor saiba que minha tristeza,com seu canto , morrerá.


A amada

Não sou príncipe , nem tenho cavalo branco
Não sou rico e nem sou santo
Nem sou o mais forte , mal tenho sorte
Mas tenho algo especial que é mais do que legal
Mais bonito que o espaço sideral
É meu amor por você que só faz crescer

Não apareço na rádio , nem na tevê
Mal tenho algo pra comer
Mas tenho algo que outros não tem
Que eu não posso viver sem
É meu amor por você que só faz crescer

Não estou na moda , quase não fui à escola
Nem sou inteligente, mal sou crente
Mas tenho algo que me faz respirar
Será que você pode imaginar...
Esse meu amor por você que só faz crescer.





quinta-feira, 4 de julho de 2013

A bonita moça

Sua Beleza se realça às noites
como se o sonho fosse de palácios
príncipes, princesas e cortes
em noite de ágape, cumprimentos e ensaios

Sua beleza resplandece ao amanhecer
e o sol se torna pequeno
sabendo que não pode concorrer
com seu estupendo brilho intenso

No crepúsculo o grande beijo
da lua e o sol num lindo romance
mas nesse grande desfecho
você é minha unica amante

quinta-feira, 27 de junho de 2013

O universo

Universo, tu és tão vasto , tão esplêndido. Tuas estrelas que iluminam a escuridão profunda da expansão infinita , como vaga-lumes em bosque de solidão. Tens tu a resposta para nos entendermos e assim contrarias até os sábios , porquanto tu tens a vida , de fato  pouco sabem sobre ti
Os traços luminosos em céu estrelado são o berço colossal da combustão que nos move. Tens tu a face da gula que terrivelmente está em tuas entranhas. O homem a procura por curiosidade , mas a teme pela grandeza devastadora que conosco pode dizimar.
Desejo deleitar-me em teu abismo , pois vejo a estrela d'alva em crepúsculo proeminente e o reflexo do passado memorial que em momentos de angústia estive. De certo , em tua magnificência morrerei como um nada às vésperas da chegada do cometa estupendo com cauda de esperança.