quinta-feira, 20 de março de 2014

Sabedoria Oriental

O mestre de um templo zen-budista no Japão havia falecido. No cortejo fúnebre, muitas flores e cânticos; um clima leve pairava no ambiente. Os monges e pessoas que atendiam a cerimônia haviam absorvido muitos dos ensinamentos do mestre, e sabiam que a vida era passageira. O mestre havia morrido em paz; não foi uma morte sofrida nem dolorosa. No entanto, o discípulo mais próximo do mestre, considerado o mais sábio entre os monges, estava em prantos. Chorava, tremia e soluçava copiosamente. Os outros monges estavam perplexos; como ele, o mais sábio, cotado para ser o próximo mestre, estava em um estado tão miserável? Um deles se aproximou do monge que chorava e perguntou: “O que há contigo? Não sabe que o mestre se encontra unido novamente com a natureza e a divindade? Não há motivo para lágrimas.”
Ao que o monge que chorava respondeu: “Querido irmão, meu espírito está em paz. Quem chora são meus olhos, que não poderão mais enxergar o mestre. Quem treme é o meu corpo, que não poderá sentir a proximidade do mestre. Quem agoniza são meus ouvidos, que não mais escutarão suas palavras. Meu corpo se acostumou à presença do mestre e agora lamenta a sua partida. Eu não desejo me opor a ele; deixarei que chore, deixarei que sofra, até que se acostume à sua nova vida, longe do mestre.”

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